19 de agosto de 2012

Excesso de fast food pode comprometer fertilidade



Nutricionista especializada em tratamentos de fertilização assistida explica por que esse tipo de comida pode dificultar o sonho de ter filhos.
Estudos desenvolvidos no Instituto Sapientiae, em São Paulo, revelam que pacientes submetidas a um acompanhamento nutricional – e que modificaram seus hábitos alimentares durante o tratamento de fertilização assistida – duplicaram suas chances de engravidar. Influência altamente positiva na produção de esperma também foi registrada entre os homens que reduziram drasticamente o consumo de fast food.
“Como a rotina das grandes cidades é muito agitada, o hábito de almoçar nas redes de fast food, consumindo lanches incrementados com carne em dose dupla, maionese e bacon, acompanhados de batatas fritas e refrigerante, já foi incorporado por muitos jovens e adultos. Além dos inúmeros estudos comprovando os malefícios à saúde como um todo – principalmente em relação à saúde do coração, obesidade e diabetes – há evidências do prejuízo causado em quem quer ter um filho”, diz Gabriela Halpern, nutricionista do Fertility – Centro de Fertilização Assistida e pesquisadora do Instituto Sapientiae.

De acordo com Gabriela, seguir à risca as orientações nutricionais pode fazer toda a diferença no sucesso do tratamento para engravidar. “Tanto homens como mulheres que adotaram um novo modelo nutricional, aumentando o consumo de alimentos integrais, frutas e vegetais, puderam comprovar como os minerais, aminoácidos essenciais e vitaminas antioxidantes exercem influência positiva no metabolismo humano, resultando numa resposta bem mais efetiva aos tratamentos de reprodução assistida”. Mas não basta acrescentar alimentos mais saudáveis ao cardápio. A nutricionista afirma que é preciso cortar drasticamente tudo o que compromete a saúde, como o excesso de carne vermelha, pães brancos, frituras, gorduras saturadas e álcool. Ou seja: quase tudo o que é oferecido hoje em dia nos restaurantes de fast food.

Estudos realizados na Universidade de Oxford revelam que 36% dos homens avaliados com problemas de fertilidade são obesos e 20% têm sobrepeso. Mais do que isso: há projeções de que 23% dos garotos e 37% das meninas que hoje têm entre 11 e 15 anos serão obesos em 2050. Essa realidade do Reino Unido também é encontrada em outras partes do mundo onde a obesidade passou a ser encarada como um problema de saúde pública, como Estados Unidos e Brasil.
Na opinião de Gabriela Halpern, a adoção de hábitos alimentares saudáveis é fundamental quando não se quer ter espermas de pior qualidade, problemas na ovulação e, consequentemente, dificuldades para gerar um bebê. “Perder peso contribui para aumentar as chances de concepção. Mas é preciso estar atento: quem está em tratamento de fertilização não deve fazer dieta para perder peso e sim reorganizar os hábitos alimentares. A perda de peso pode ser um desafio a ser encarado antes ou depois do tratamento, sempre visando ao ganho de saúde e disposição”.

Fonte: Gabriela Halpern, pesquisadora do Instituto Sapientiae e nutricionista do Fertility – Centro de Fertilização Assistida, em São Paulo.

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